Mal os deixei e já sinto falta do branco de teus olhos
Oxigênio que me abandona sem teus beijos
Vontade que me deixa morrer sem teus braços...
Ainda sinto o frisson de teus lábios nos meus
Teu suor misturado ao meu
E de carregar o cheiro do teu sexo pelo resto do dia
Lembro-me do primeiro leonino olhar
De como ele me sugou
E de ter visitado o céu sem escala
Ainda sinto teu peito arfar minhas vontades
De o relógio me impelir pra longe
E de teus lábios ainda cerrados procurarem os meus
O sinto cada vez mais longe em mim
De me perder cada vez mais de teu encalço
E do medo de ser deixado pelo caminho
Em meu putréo amar fez-me teu homem vítreo
Que nossos eu’s se encaixem num nós
Que minhas nuvens roxas se dissipem
Nosso céu ainda azul poderá resistir ao meu pragmatismo
E que mesmo minha parca confiança seja suficiente
Para que eu inunde meus dias de um você que existe
Que minhas dores não te ceguem
Que sua dor me faça forte
Que seu medo me encoraje
Que o meu não te ensandeça
Que minha vontade te anime
Que a sua também seja a minha
Ainda quero ser apenas teu... Teu...
Acorrenta-me a tua vida
Não me deixas fugir
Nem me deixes órfão de ti...
Tenho medos de não mais te ter...
De não ser bom o suficiente...
De ser um bobo apaixonado...
De estar tão dependente...
Tenho medo de não o poder ser mais...