sábado, 26 de dezembro de 2009

meus votos pra 2110...



É bom lembrar sempre, que apesar dos golfinhos mortos na Dinamarca...
                               Das crianças africanas que morrem de fome...
                                               Das pessoas que por falta de opção moram nas nossas calçadas...         
                                Do egoísmo de nossos velhos amigos...
                                               Da bisbilhotice de nossos vizinhos...
                               Dos espinhos em nossas almas...     
                                               Que ainda existem flores...
Ainda existe algo a se celebrar. É sempre necessário lembrar e comemorar as coisas boas que nossos olhos ainda percebem. Se o passado de um homem foi negro seu futuro é imaculado. Alguém algum dia falou isso e eu concordo plenamente... Meus próximos passos eu decido como dar... Se tiver uma pedra posso escolher desviar e seguir meu destino ou chutá-la e sentir minhas dores novamente.
Ainda tem muita coisa errada nesse nosso vasto e rico mundo. E embora erradas eu sozinho não tenha forças pra mudá-las. De laços feitos todos juntos somos mais fortes. Estamos todos conectados não por maldições de morte, mas pela força da vida. Como uma Shiva que cria um mundo novo a cada dia para o deleite de seus olhos. Quero celebrar na pureza da complexidade de coisas simples.  Areia branca entre meus dedos, um xale cor de rosa, uma dose de vodka barata na mão e sorrisos reservas no bolso. Amigos a tira colo e mais 365 dias de 24 horas pela frente.
E que os dias que estejam por vir, estejam límpidos como as linhas de um caderno que ainda não rabisquei. Que existam mais dias claros que escuros. E que a noite sempre tenha estrelas e que mesmo aquelas que só na Caponga consigo ver, ainda fiquem em meus olhos gravadas, como falhas em minhas retinas míopes. Que seus lábios percam todo seu veneno. E que sejamos leves como folhas novas que se vergam com a brisa do orvalho matutino...
Que o nosso futuro imaculado torne-se um presente cheio de luz divina...
Que nossas pragas sejam revogadas...
                Nossos corações purificados...
Que o amor...
A fé...
A gratidão...
O discernimento...
E as compreensões inundem seus olhos e germinem em seu coração...
                                               A todos os desejos de um 2010 cheio de luz...
                                                                                                                            

                                                                                                                             camillu borges.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

margaridas







O sofrimento me faz crescer
Liberta-me das correntes dos pesares e pensares humanos
Devolve as minhas asas e me faz no ultimo segundo
Sentir a brisa da libertação. Da paz, de um mundo ainda verde.
A dor já não cerra meus olhos
O mundo em contas prateadas em perolas d’um colar

O sofrimento é o cavalo da minha coragem
...o trem do meu amor
...o foguete do meu sucesso

Não tenho mais medos...
Sigo numa estrada olhando as margaridas
Entre narcisos e rosas talvez prefira entre meus dedos
Espinhos... Escondidos no canto do sorriso d’uma flor qualquer
 Que em sua verdade me derrama rubras lágrimas

Minha alma já cansada em lutar ri do caos
Meus pés já tão calejados não me provocam dor
Meus alforjes carregados de meus pecados não me oferecem penitencia
E meus olhos ainda não suportam tal a claridade tua

Teus diamantes não pagam por meus serviços
Tua boca doce desconhece meu nome
Teus dedos macios tocam meu rosto
Afastam-se juntos em haste e me atiram tua ira
 Em noites mal dormidas em outroras vidas.

E mesmo depois das margaridas...
Continuarei a caminhar...
Pena que desta vez estarei só...
Ou com alguns dos meus demônios a me fazer companhia
                                                                              camillu borges

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A ELEGANCIA MATUTINA DELA /Her Morning Elegance






O sol esteve distante por dias//Sun been down for days
Uma linda flor em um vaso //A pretty flower in a vase
Um chinelo perto da lareira // A slipper by the fireplace
Um violoncelo deitado em seu estojo // A cello lying in its case
Logo desce as escadas // Soon she's down the stairs
Sua elegância matutina. ela usa //Her morning elegance she wears
O som da água faz seu sonho // The sound of water makes her dream
Despertado por uma nuvem de vapor // Awoken by a cloud of steam
Ela derrama um sonho em um copo  // She pours a daydream in a cup
Uma colher de açúcar adoça-o // A spoon of sugar sweetens up
E ela luta por sua vida  // And She fights for her life
Enquanto coloca seu casaco // As she puts on her coat
E ela luta por sua vida no trem // And she fights for her life on the train
Ela olha para a chuva  // She looks at the rain
Enquanto ela cai // As it pours
E ela luta por sua vida // And she fights for her life
Enquanto ela vai a uma loja // As she goes in a store
Com um pensamento que tinha pego // With a thought she has caught
Em um fio // By a thread
Ela paga pelo pão // She pays for the bread
E ela vai ...  // And She goes...
Ninguém sabe  // Nobody knows
O sol esteve distante por dias // Sun been down for days
Uma melodia de inverno, ela toca // A winter melody she plays
O trovão faz ela contemplar  // The thunder makes her contemplate
Ela ouve um barulho atrás do portão / She hears a noise behind the gate
Talvez uma carta com uma pomba // Perhaps a letter with a dove
Talvez um estranho que ela poderia amar // Perhaps a stranger she could love


E ela luta por sua vida // And She fights for her life
Enquanto coloca seu casaco // As she puts on her coat
E ela luta por sua vida no trem // And she fights for her life on the train
Ela olha para a chuva // She looks at the rain
Enquanto ela cai  // As it pours
E ela luta por sua vida // And she fights for her life
Enquanto ela vai a uma loja // As she goes in a store
Com um pensamento que tinha pego //With a thought she has caught
Em um fio // By a thread
Ela paga pelo o pão // She pays for the bread
E ela vai ... // And She goes...
Ninguém sabe  // Nobody knows


E ela luta por sua vida // And She fights for her life
Enquanto coloca em seu casaco // As she puts on her coat
E ela luta por sua vida no trem // And she fights for her life on the train
Ela olha para a chuva // She looks at the rain
Enquanto ela cai // As it pours
E ela luta por sua vida // And she fights for her life
Onde as pessoas são prazeirosamente estranhas // Where people are pleasently strange
E contando o troco // And counting the change
E ela vai ... // And She goes...
Ninguém sabe // Nobody knows

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

dia negro




Teus olhos ainda ligados ao horizonte e o meu a mares
Às vezes nem tão distantes...
Às vezes nem tão profundos...
Por vezes bravios por vezes calmos...
Em dias em os olhos passam cegos a nós
E em dias que ate as sapientes bocas falam sozinhas
Encontro-me embora perca de seus braços
O elo.
Sentado ao lado das minhas teias
Embaraçado em tormentos vis
Onde você não me alcança
 Lanço-me, há dias escuros
Pela janela do carro entra um mundo que não é meu
Ainda não te vejo
Caminho solitário em meio a multidões
Rostos familiares desconhecidos
Em meu completo desatino
Tento entrever um céu azul acima de um sarcasmo cinza
Que entope minhas veias
Lacra meu ser dentro de um cofre barato de barro
Cerre meus olhos...
Cerre meu peito...
Encerre você de mim... Ou em mim...
Me acorde de seus sonhos em anil
Mate-me...
Enterre-me...
Lacre-me em seu passado
Ou venha a mim
Desprovido de seus cavalos...
Armaduras ou alforjes
 Receberei-te sentaras a minha direita
Comeras ao meu prato e vagaremos na eternidade de alguns segundos...
E quem sabe o que esta por vir?
                camillu borges

domingo, 6 de dezembro de 2009

perdão?...



Como posso eu te perdoar...?
Se o belo erro foi meu ao te amar...
Ao trair minhas promessas
E tornar as tuas falhas
Tuas placas e teus sinais eu fiz questão de não ver
Quero sim poder não te perder...
Que possas me amar sem teu particular medo
Quem sabe vencer a tua insegurança
Vencer o bloqueio e entrar no altar rubro do teu peito
Ajudar-te quem sabe a ser mais concreto
E quem sabe dessa vez te levar a outros pardos lugares
Que não volte ao mesmo lugar pra fincar-se nele
Que tu possas também me perdoar...
Por perder-te..
Por julgar-te...
Por querer-te...
E quem sabe por tanto amar-te
                                                 camillu borges

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

la barca




Meus olhos ainda turvos
Procuram na neblina dos teus

Um guia...

Um viés em sangue nosso
Olhos que gritam o que a formosa boca tua fala
Em palavras frias que resvalam num suntuoso silencio
Onde estarão?
Teus beijos roubados...
Teu calor "brando”...

Onde estará meu senso
O que farei a meu mundo
Onde joguei meus estribos
Onde acharei minh'alma
Onde perderei meus beijos

Encontrarei enfim porto
Armarei os ossos
Erguerei as velas
Talvez veleje a outros mares
Já não procuro um fim
E o mar ainda está aí
O barco disposto, os braços não
E a mente em outros meios

Já navega
No vermelho mar negro

Do teu l’amour

                                                         camillu borges

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RELVA...




Quando chega o natal os ares sempre mudam
Sei... vem o outono e o cheiro dos amores perdidos
Os carros parecem que correm na pista passam até algum sentido:
E eu passo horas e horas olhando para as arvores
Fico no chão, a relva
A espera da ultima folha
Fico pensando
Tocar num chão
E senti-lo vibrar sem mim
Também fico dançando
Andando de um lado para outro na sala
Num desvairado devaneio louco
Como se estivesse esperando por alguma coisa
Que não chega
Ligo a TV
Desligo
E a estática me assume
Escuto a mesma musica mil vezes
Mas já não a entendo
Choro
Corro
Meus dedos correm pelo teclado
Falam sozinhos
Durmo
Tento e não Acordo
E não sonho
E não vejo porem enxergue
E espere por "dias melhores"
Encontro com os amigos
Para me sentir protegido
Crio um herói de papelão
Rezo
E os anjos não vêm
 Meu coração vai ficando pequeno
Ate não existir mais
Olho pela janela
De novo começa a chover
Não sinto seus sinais
E eu penso
Isso vai passar?
Mas nem sempre passa
Já não tenho idade de esperar o Papai Noel
E o meu corpo enguiçado na lama da tua voz rouca
Se deixa levar num embalo de
how how how...
Vestir a melhor roupa e sair por ai
Encontrar um estranho
Tomar um café
Beijar-lhe a boca
Um caos que me Parece meio vão
e depois?
Não pensar que depois existe
Não se lembrar d’um "nós"
Fermentar um 'eu' que não sofre
Eu posso ver os livros da sua estante?
E fomentar uma nova esperança
Mesmo a flor roxa
 Mesmo que teus livros tenham paginas em branco
...
Minha tinta não te serve
Eu rabisco os papeis da sua reunião chata de hoje à tarde
Faço desenhos
Só para você lembrar
O quanto precisa de mim
Das cores
Ah! E como quero que você precise
Faço versinhos
Você pega os papeis
Ri
E lembra-se do começo ao fim
Mas não me enxerga
Que sou eu pra ti num regalo do meu ventre
Nutrido pelos teus sorrisos bobos
Numa tarde de sol em que não se faz nada
Vamos ao super mercado
Não vejo minhas marcas favoritas
E o carinho nem sempre cheio
...
Faz-me esquecer ao esbarrar num você
Que já não existe
Você pega meu numero?
Não me da o seu
Faz-me acreditar em gnomos e duendes
E que talvez possa vê-los em nosso jardim
Mas nem você esta lá
Que fazer se meu coração não bate mais
Estarei sentado na sua porta
Esperando a tua CHEGADA
Quase dormindo
Com o cabelo assanhado
Malas na mão
e sonhos para nos dois Sonharmos juntos
E as diferenças? Espalho tudo pelo chão
Sujo sua cozinha
Tentando fritar um ovo
Você olha, sorri e me ajuda com uma ou três frigideiras na mão
Como se nada fosse importante
Como se nem o tempo fosse capaz de passar
e apenas uma densa eternidade nos acompanhasse
Agora tenho q ir e caminhar por outros prados
Onde o tempo, mas não a saudade possa me alcançar
e acompanhar numa caminhada ao final da tarde...
                                  joÃo leÃo e camillu Borges.