quarta-feira, 27 de julho de 2011

Alegria


É bom saber que nenhum dragão resistiria ao sorriso que te ofereço. Saber-me dono de uma alegria que ultrapassa alguns milhares de quilômetros de fibras ópticas e te alcança sem perder a força. Acreditar que tenho uma vontade incapaz de mudar de rumo nem modificar-se em vontade e destino. Pois nem essa força, nem essa vontade, não são minhas. E sim, todas suas. Rendi-me todo, doei-me todo a um você que não resisto em amar.
Existem noites escuras, em que espero ver-te por alguns segundos. E mesmo que essa vontade continue viva, assim que termine de receber sua dose diária de atenção. Conforta-me escutar tua voz baixinha no meu fone e esperar por um ‘te amo’ que escapa sem querer.

Céu escuro
Estrela única
Desarmo o escudo e te deixo entrar...
Exila meus males às Pandoras e suas caixas

Estrela que nasce em meio a medo e alegria
Medo que te impeça de mim
Alegria de saber-me teu
E mesmo que digitalizado esse meu carinho te alcança

E mesmo que me flagre em meio à falta de palavras
Acariciando a tela e tentando te sentir
Mordo a língua e temo dizer-te com todas as minhas palavras
                                        -- Te amo...

E mesmo que eu tente
Impossível é, todas as noites não sonhar
Acordar e não continuar
E prender-me a algo que não te lembre

Hoje posso sim dizer apaixonei-me como previra Cammões
Vivo como me ensinou Shakespeare
Sinto o que nunca aceitei sentir
E desejo apenas o que não posso ter a contento

Quero de alegrias te banhar
Afogar-te em carinhos tolos
Matar-me em teu leito sentido
E deixar que o tempo e a distancia façam as pazes

Pra que nossas vidas se cruzem em gozo de dias claros e mornos...

                                                      camillu borges 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Toques a ano luz...

Tens fugido de mim... Como a sanidade de frios dias...
Em ladrilhos de sonhos perdidos, sua ou minha...
A loucura me persegue por vielas escuras...
Em frases ditas, em testes propostos. Sempre terás mais uma chance de me...

Faça me ter certezas do que não existe no fundo de ti...
Deixe-me acreditar apenas nos seus duendes.
Faça parte dos meus sonhos de real toque.
Deixe que a noite, eu apenas registre o que foi vivido.

Não quero te contaminar com medos mundanos.
Mas não permita que olhos cinza te reclamem de mim...
Não permita ter medo de um sofrer que não existe.
Nem deixem que seus pés se afastem de mim... Permaneça.


 Faça-te tão meu quanto esse calor que não me deixa respirar.
                           ...Não me deixes dormir, pra que esse dia não acabe...
                            ...Nem pensar nas resoluções perdidas de um mundo retangular...
                           ...Não me deixes caminhar sozinho...

Tenho viajado junto à luz dos teus olhos...
Pensei ter-te ao meu lado. Minha mão sabe que esta aqui, junto a mim...
E, no entanto não sente teu toque... Teu calor já abandonou meu corpo.
E nunca esteve na minha cama... Abandonaste-me antes de me pertencer num beijo.

Lava-me o suor da tempestade que avança...
Não deixe que ela nos alcance.
Não deixe que essas lágrimas lavem como borra meu sentir
Deixe se levar pelo meu ímpio mar que avança.

E um dia... Que a milhares de anos luz esteja...
Morramos d’uma morte igual...
E cuidemos pra que a sofreguidão não nos alcance.
E nossos dias deixem esse mundo... Durante uma eternidade natural...

Que nossas lembranças sejam como pegadas a beira mar...
Desaparecendo onda sobre onda...
E tudo o que importe esteja não à frente nem atrás,
Mas onde deveria estar. Bem aqui ao meu lado imortal.


                                                   camillu borges.

terça-feira, 19 de julho de 2011

AMARrar - te...

O passar dos meus dias, fica cada vez mais lento. E minha dependência de você ganha força ao final de cada um deles. Habituei-me ao seu sorriso, ao som da sua voz, mas não a falta do seu toque. Ainda não conheço o seu cheiro, e embora meus sentidos ganhem uma nova dimensão e possam talvez te alcançar. Ainda sinto-me suspenso numa solução de medo, angustia, saudade e uma vontade meio insana de enlouquecer, pegar carona numa brisa qualquer e chegar enfim junto a ti.
Tenho o passado como uma ancora que não funciona. Ele deveria prevenir-me de ti. Poupar-me desse sentir torpe. Travo diariamente batalhas mortais com meus dragões, e por mais frágeis que sejam as suas ninfas, elas valem-se na minha incontida vontade de ser vencido. E fazem os meus medos me abandonarem-me aos poucos. De tal maneira que eu não me assuste, nem seja capaz de fugir. E continue por essa estrada que resolvemos seguir. E talvez um dia, eu vencido me torne seu refugio, e nessa dependência digital possamos ser um para o outro, mais que um alívio ao passar de um dia morno.
Existem dias que morrem amargos e sinto falta de algo que tive apenas em sonhos e me odeio por estar tão à vontade em gritar o que sinto. Em talvez te cobrar por algo que não estejas disposto a dar. Pesa-me sempre a consciência de que talvez te peça inconscientemente coisas impossíveis. Tortura-me saber que te roubo o sono. Afagam-me os olhos marejados em receio, achar que te faço sorrir, o peso que te tento roubar todas as noites. Acreditar que isso pode ser eterno, que conseguirei transpor todas as barreiras. Que poderei um dia gritar sem medo o quanto te amo. E poder ter a certeza de que te amo mesmo, apenas pelo fato de que me amas também. Apesar de tudo.
Sei que ainda é cedo pra amarrar-me a ti, que é mais cedo ainda pra ver-te todo meu. Por saber-me mortal e imperfeito, é que digo o que sinto, com tanta vontade, com tanta força e medo. Não quero que fujas de mim, nem que tente proteger-me desse sentir que me faz assim. Deixe que eu fira esse meu coração, deixe que eu sofra de amor, deixe-me suspirar. Pois não existe maneira mais bela de morrer. Pois esse não é um sentimento que definha o peito. Ele torna-me mais leve. Sobressalta meu coração e torna meu espírito mais brando. O meu afamado medo é apenas de te afastar com essa força toda, com essa vontade tão insana de te tomar uma ou duas horas por dia.
Só não me deixe morrer de ti. E mesmo que esse mundo me sugue e me faça definhar me mantenha vivo. Me dê sua dose diária de atenção. Seja regular, não me faça perguntas nem tenha medo de magoas, pois o meu sentir sempre vai extirpá-las de mim...

                                                                                                              camillu borges.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fui vencido...


 É um pouco difícil lembrar-se do ontem se ele não te agrada. Embora a saudade te force às vezes nessa direção, não adianta se esconder na cozinha e tentar fazer doce de banana pra passar o tempo. Uma hora você nota que o caldo entorna e você se queima ou o doce fica com o gosto amargo dos seus pensamentos tolos. Cansei de esperar pelo dia de aprender com os meus erros. Por favor, emprestem-me os seus erros, perdi essa paciência de enfrentar o tédio desse mundo onde as pessoas têm tanto medo de viver as suas vidas. Dêem-me o seu tempo, e me deixem esquecer quem sou.
Fui vencido pela mesmice dos homens que se curvam as suas tv’s, aos seus computadores, celulares, ipod’s e toda a sua parafernália eletrônica. Deixem-me ser como todos vocês, secos de vida e verdade. Por favor, apaguem minha vontade do diferente. Incluam-me nesse mundo cinza onde minha maior ambição deveria ser dormir numa cama dura de cifras milionárias. Eu me rendo a esse tédio que nos consome um pouco por dia. Sua solidão me convenceu.
Depois de vencido, eu deveria me sentir como você, uma maquina programada, para tarefas inúteis e repetidas em todos os dias. Esquecer do céu azul das minhas nuvens de tempestade e dos seus sorrisos bobos que deixam vivo. Se por desistir de mim, pensas que desisto de ti. Ledo esse engano seu. Desisto de mim par ter-te um pouco mais, para que teu mundo seja mais meu, para que tuas pernas não me recusem e talvez para que teus braços me acompanhem e me alcancem.
Fui vencido e não poderia ser diferente. Teu corpo esguio que se nega a marcar a minha cama. Tenha certeza eu quero dessa vez ser vencido, pela saudade. Matar alguns quilômetros de medo que nos impede de viver. Quero sim, ser um réu cheio de culpa nesse porco mundo cinza. Quero sim ser culpado por colorir o teu rosto. Por iluminar seus dias comuns. Por roubar teus sorrisos ternos e te presentear com alguns dos meus beijos de açúcar. Quero sim viver tudo o que me coibiram.
E que se danem as leis da física. Irei subjugar o espaço pra te ter por perto. O tempo pra que quando estiveres aqui ele se esqueça de correr e nos faça companhia, como se a eternidade pudesse ser nossa. E que em todos os dias eu pudesse ser vencido pelo seu amor.
               
                                                                              camillu borges

terça-feira, 12 de julho de 2011

Distancia...

Sonhei, e um sorriso em lábios de profana carne,
Eram-me fiéis em verdade e alegria.
Não me vertiam em magoa, nem suspiros.
Traziam-me ao ledo pesar e medir de passos...

Fazíamos tudo, o que não nos foi permitido...
Errávamos ao tentar acertar os passos.
E lágrimas que estariam por vir, eram abafadas,
Pela magia desse doce olhar.

Em horas pouco vivas,
A falta do afago que fiz, foi mortal.
Meus dedos amargam a falta do toque
E apenas em sonho posso sentir que estas em mim...

Apenas meus olhos se fartam dos seus...
E o resto de mim?
Que em puro fervor de fúria e terror...
Perdes-te de mim... Odeio cada quilometro que te impede e te lacra nesse fim.

Espero dias inteiros, por minutos de uma conversa tola.
Na qual não se diz pouco, embora não se fale muito.
Na troca de uma intensa energia, onde apenas nossas vozes se cruzam
E nossos corpos retorcem o tempo, talvez a verdade e a distancia.

E alguns anjos tortos talvez...
Na injuria desse trasgo sentir... Roubem-te de mim...
Deixem o tempo passar... O nós não chegar...
E presos assim... Nossos dias ao contrário de mim queiram te deixar esquecer...


                                                                              camillu borges

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O meu querer...


É, eu quero mais é morrer de amor...
Para poder cantar com “Pato Fu” e não me sentir vazio.
Para ficar ao lado de “Maysas” e de mundos caídos.
Para correr apenas para um par de braços todos os dias...

Eu quero mais é morrer de tédio...
Por beijar a mesma boca todo dia...
Por não poder esquecer, nem lembrar outro cheiro...
Por não querer extirpar tuas raízes de mim.

Não. Quero mais é que morras tu.
Afogado nos meus carinhos...
De todo o meu tédio, encrespado de terror a minha dependência.
Pois que morras, sem que me conheças...
[pois tenho de viver tanta vontade e tamanha aversão dela sem ti.

Quão mais teu corpo, em mistério for envolvido melhor será...
Para que não te tenha como vício meu.
Para que eu possa viver vazio...
Para que o tempo possa apagar-me sem dor...
[pois não suportaria ver-te partir ou sofrer com o meu abandono...

E no fim talvez eu deseje não te amar...
Por temer de tal forma o teu amor e a falta dele...
Por saber-me não eterno. Não quero que fiques, nem quem me vejas definhar...
Quero de ti, apenas a primeira lágrima de orvalho matutino...
[e um dos últimos sorrisos que puderes me ofertar ao mundo...

Quero que morra de me amar...
Que me mate de amor...
Que me ensine a sofrer de sorrisos bobos...
Que esteja em mim para sempre....

                                                                                                              camillu borges.