segunda-feira, 30 de novembro de 2009

funestow...




Meus olhos ainda recordam a fuga dos teus...
Meus ouvidos ainda ouvem promessas não ditas...
Meu corpo ainda sente teu toque não dado...
Minha mente ainda guarda o teu sorriso e a sensação causada...
Mas meu coração já cansado de ilusões funestas dói ao bater
Tão belos e sonhados momentos...
Tão vil meio pensamento bordado
Do outro esperado o que nunca foi enviado
Uma bruma que desprende do meu cerne
Uma nevoa que me envolve
Que te afasta de mim
Um senso que já não existe
Uma vontade do que não pode ser
Certa incerteza do que esta por vir
Certo medo de tuas palavras
Medo certo de teu abandono e de perder a tua voz em meio à madrugada
Na cela em que me prende o coração
A grade corrompida pela era e pela ferrugem
Não cerram meus olhos
Não cerram minha mente
Mas... Cerram meus laços a ti
Não sei o que esperar ou ter esperado um fim
Sem reconhecer o inicio um provento
Um eu que se perdeu em ti
                                         camillu borges





segunda-feira, 23 de novembro de 2009

a cada gota...




Pela janela da sala
Ainda vejo as tuas nuvens roxas
O nosso cheiro de chuva
Que entorpece meus sentidos
Mas... A tua claridade já não me cega
Mesmo que tuas verdades
Sejam embotadas pela omissão
Que a tua boca não as propague
Que o teu coração continue imune ao meu veneno
Que o meu sorriso
Ainda possa curar o teu tão nosso rancor...
Que as duvidas não sejam constantes
Mas que existam
Pra que eu te possa provar a realidade nas minhas palavras
Que um dia eu seja condenado
Pelo teu coração a amá-lo e talvez...
Amá-lo-ei na intensidade de cada momento...
                           De cada lua...                      
                             E na chuva a cada gota...
                                                                                                                             Camillu Borges.

copas...





Seu cheiro ainda entranhado na minha cama.
Tua boca pintada em carmim
Nas pinceladas do nosso ritmo
Encontrei-me num dos teus olhares
Perdi-me num dos teus beijos
Reconheci-me numa das tuas mentiras

Hoje isolado num dos teus sorrisos
Encontrei a peça que falta num dos meus
E mesmo na tua negra verdade
Há um pouco de luz
Que essa furação de palavras
Traga mais que destruição

Que tuas frases tenham menos reticências
E que exista um eu menos complexo

Que a vida volte a ser simples
E você a amar.
                                               camillu borges

sábado, 7 de novembro de 2009

Fuerça...



Para aquele que é e não pode
Para aquele que pode e não é
Para mim que sou e que posso
(oração popular)

Mesmo que meus olhos
Denunciem meu cansaço
E que meu coração
Possa comprovar algumas de suas duvidas
Não serão minhas as palavras
Que um dia talvez
Tornem públicos os meus pesares
Mas um dia, assim creio
Encontrarei um olhar que possa
Que no fundo de um dos meus
Achar o real
E que apesar das curvas
Continue ileso
E que apesar de tudo
Continue...

Camillu Borges.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

IN VItro





meus olhos ainda escuros
minha boca ainda seca
meu corpo ainda trêmulo
recorda o teu toque...

numa noite anil...
onde os pássaros ainda cantavam
a doce presença do teu perfume.
o que diriam as sibilas do tempo,
se escutassem nossas juras de amor?

o que fariam os deuses?
enciumados pela beleza do nosso ...
só nosso raro bem querer...
que em seus cachos resolveram crescer
tomando do sol a força...
da lua o brilho...
e do mundo a esperança...

que o caminho da minha escolha
fique junto ao seu...

e que os meus sorrisos
sejam sempre teus...

QUE talvez no último suspiro
eu ainda lembre... de como
seria viver sem ti

e que a dor mesmo que me acompanhe
não turve os meus olhos
nem atrofie meu coração

...
na beira do cais
não vejo as nossas andorinhas
nossos sonhos pintados em  brancas nuvens
nuvens de um céu já nem tão azul...
onde nossas vidas resolveram pousar
onde o silêncio ecoa nossos traumas
e mesmo cobertos de justificativas
teus erros me parecem maiores
tão idênticos aos meus

me refugiei
nestes olhos negros
que os meus engolem

na fuga do meu medo
esbarrei nos teus ombros
me apoiei na tua força
e andei com tuas pernas

minha dor hoje tão minha
sustenta teu pesar

camillu borges

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

la vida




Amor?!? Não sei bem o que quer dizer. Não saberia dizer se é vontade de ficar perto, se é uma necessidade quase fisiologica de alguém. Na verdade detesto dar ou criar definições para qualquer coisa. Acredito que definir é limitar e limitar não faz parte da minha politica de vida. Sempre prefiri dar asas ao caos que limita-lo, torna-lo banal.
Pra quê deixar as nuvéns brancas se uma tempestade as vezes é bem vinda?
Pra quê chegar ao fim do arco-íris se apenas a busca já é emocinante?
Pra que dar nomes aos bois se as vacas nunca vão chama-los pelo nome dado?
Pra que tingir a vida com um PADRÃO monocromático ?
Se o tempo é curto por que desperdiça-lo criando definiçôes que se perdem com o passar dele? Nenhuma verdade é eterna...
Nenhum desejo é maculado...
Nenhum homem/mulher é perfeito...
Nenhuma vida deve ser um desperdicio de energia ...
Aproveite-se ... permita-se ... enlouqueça... Mas não te perca de si.

      
                                                               LÁGRIMA


O MUNDO CONTINUA GIRANDO
E EU AINDA NO GALHO DA MACIEIRA
MEUS OLHOS JÁ SE ACOSTUMARAM A LUZ
MEU PÉ AO MEU PESO 
E MINHA MÃO NA TUA


OS MEUS OUVIDOS TAMBÉM JÁ SE ACOSTUMARAM...
AO SOM DA SUA VOZ...
AO BATER DO TEU CORAÇÃO...


MINHA MENTE AINDA TÃO RACIONAL
JÁ ASSIMILA A TUA AUSÊNCIA...
                 O TEU PERFUME...
... MAS AINDA NÃO O TEU TOQUE.


“AINDA LEMBRO 
       DO TEU SORRISO 
E DA PRIMEIRA VEZ 
                 EM QUE ME APAIXONEI POR ELE”


AINDA LEMBRO...
      LEMBRO DO NOSSO OLHAR
                 DOS NOSSOS SUSPIROS,
                   DAS NOSSAS LOUCURAS SÃS,
                     DO NOSSO GOZO...




HOJE SEI, O TEMPO NÃO RETROCEDE
       MAS A FERIDA AINDA PODE SER ABERTA ...
                E MESMO SECO, O SANGUE
             PODE VOLTAR A JORRAR...


camillu borges