quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RELVA...




Quando chega o natal os ares sempre mudam
Sei... vem o outono e o cheiro dos amores perdidos
Os carros parecem que correm na pista passam até algum sentido:
E eu passo horas e horas olhando para as arvores
Fico no chão, a relva
A espera da ultima folha
Fico pensando
Tocar num chão
E senti-lo vibrar sem mim
Também fico dançando
Andando de um lado para outro na sala
Num desvairado devaneio louco
Como se estivesse esperando por alguma coisa
Que não chega
Ligo a TV
Desligo
E a estática me assume
Escuto a mesma musica mil vezes
Mas já não a entendo
Choro
Corro
Meus dedos correm pelo teclado
Falam sozinhos
Durmo
Tento e não Acordo
E não sonho
E não vejo porem enxergue
E espere por "dias melhores"
Encontro com os amigos
Para me sentir protegido
Crio um herói de papelão
Rezo
E os anjos não vêm
 Meu coração vai ficando pequeno
Ate não existir mais
Olho pela janela
De novo começa a chover
Não sinto seus sinais
E eu penso
Isso vai passar?
Mas nem sempre passa
Já não tenho idade de esperar o Papai Noel
E o meu corpo enguiçado na lama da tua voz rouca
Se deixa levar num embalo de
how how how...
Vestir a melhor roupa e sair por ai
Encontrar um estranho
Tomar um café
Beijar-lhe a boca
Um caos que me Parece meio vão
e depois?
Não pensar que depois existe
Não se lembrar d’um "nós"
Fermentar um 'eu' que não sofre
Eu posso ver os livros da sua estante?
E fomentar uma nova esperança
Mesmo a flor roxa
 Mesmo que teus livros tenham paginas em branco
...
Minha tinta não te serve
Eu rabisco os papeis da sua reunião chata de hoje à tarde
Faço desenhos
Só para você lembrar
O quanto precisa de mim
Das cores
Ah! E como quero que você precise
Faço versinhos
Você pega os papeis
Ri
E lembra-se do começo ao fim
Mas não me enxerga
Que sou eu pra ti num regalo do meu ventre
Nutrido pelos teus sorrisos bobos
Numa tarde de sol em que não se faz nada
Vamos ao super mercado
Não vejo minhas marcas favoritas
E o carinho nem sempre cheio
...
Faz-me esquecer ao esbarrar num você
Que já não existe
Você pega meu numero?
Não me da o seu
Faz-me acreditar em gnomos e duendes
E que talvez possa vê-los em nosso jardim
Mas nem você esta lá
Que fazer se meu coração não bate mais
Estarei sentado na sua porta
Esperando a tua CHEGADA
Quase dormindo
Com o cabelo assanhado
Malas na mão
e sonhos para nos dois Sonharmos juntos
E as diferenças? Espalho tudo pelo chão
Sujo sua cozinha
Tentando fritar um ovo
Você olha, sorri e me ajuda com uma ou três frigideiras na mão
Como se nada fosse importante
Como se nem o tempo fosse capaz de passar
e apenas uma densa eternidade nos acompanhasse
Agora tenho q ir e caminhar por outros prados
Onde o tempo, mas não a saudade possa me alcançar
e acompanhar numa caminhada ao final da tarde...
                                  joÃo leÃo e camillu Borges.