De que me adianta
uma vida sem detalhes...
Que mundo é esse que
me suaviza os sonhos?
Lacra-me os olhos...?
Encharca-me o
coração de TÉDIOS... Mantém-me numa prateleira fria...?
De que adiantam as
árvores se não terei filhos?
Pra onde caminho
nessa esteira maldita cotidiana?
Por que meus olhos
teimam em abrir?
Diga-me que
lagrimas são essas que não chorei?
Que dor é essa que
não é minha?
Não te peço paz...
Não te guardo temor
Levanta-te daqui...
Afasta-te como o
tempo deseja...
Quem sou eu sem
minhas marcas
Sem os seus
sorrisos...
O que seria de mim
sem o meu passado?
Não quero morrer
como as nuvens de tempestades
Não quero viver
como brisas...
Sou feito de dilúvios...
De retalhos de mim
Sou o resumo de
furacões... Eu estou e quero sentir-me vivo...
Deixe meu amor
respirar... Criar asas, e achar pouso...
Um dia te devotarei
meu sorriso novamente.
Porque as magoas se
dissipam com a facilidade do tempo corrido
Mas o amor e os
momentos de luz... Ficarão comigo para sempre
Manter-te-ei com
vida... Mesmo que essa vida passe a ser apenas minha
O que tenho sentido
nada tem a ver com o que sentirei...
O passado me
ensinou sua lição
O futuro já me
disse que ainda não existe...
O presente já me
consolou, dizendo que nunca vai me abandonar...
É o que tenho... É
o que preciso... Mas ainda não é tudo o que QUERO...
“Isso não é um
pranto de abandono... é apenas um afago no passado, um esboço de sorriso, uma
brisa de fim de tarde, carregada de maresia do quebrar de ondas, como memórias
que se desprendem dos meus fundos falsos...”
camillu
borges