domingo, 23 de outubro de 2011

MEMOIR...



De que me adianta uma vida sem detalhes...
Que mundo é esse que me suaviza os sonhos?
Lacra-me os olhos...?
Encharca-me o coração de TÉDIOS... Mantém-me numa prateleira fria...?

De que adiantam as árvores se não terei filhos?
Pra onde caminho nessa esteira maldita cotidiana?
Por que meus olhos teimam em abrir?
Diga-me que lagrimas são essas que não chorei?

Que dor é essa que não é minha?

Não te peço paz...
Não te guardo temor
Levanta-te daqui...
Afasta-te como o tempo deseja...

Quem sou eu sem minhas marcas
Sem os seus sorrisos...
O que seria de mim sem o meu passado?

Não quero morrer como as nuvens de tempestades
Não quero viver como brisas...

Sou feito de dilúvios...
                De retalhos de mim
                               Sou o resumo de furacões... Eu estou e quero sentir-me vivo...

Deixe meu amor respirar... Criar asas, e achar pouso...

Um dia te devotarei meu sorriso novamente.
Porque as magoas se dissipam com a facilidade do tempo corrido
Mas o amor e os momentos de luz... Ficarão comigo para sempre
Manter-te-ei com vida... Mesmo que essa vida passe a ser apenas minha

O que tenho sentido nada tem a ver com o que sentirei...

O passado me ensinou sua lição
O futuro já me disse que ainda não existe...
O presente já me consolou, dizendo que nunca vai me abandonar...

É o que tenho... É o que preciso... Mas ainda não é tudo o que QUERO...

“Isso não é um pranto de abandono... é apenas um afago no passado, um esboço de sorriso, uma brisa de fim de tarde, carregada de maresia do quebrar de ondas, como memórias que se desprendem dos meus fundos falsos...”


                                                                                                              camillu borges