sexta-feira, 22 de julho de 2011

Toques a ano luz...

Tens fugido de mim... Como a sanidade de frios dias...
Em ladrilhos de sonhos perdidos, sua ou minha...
A loucura me persegue por vielas escuras...
Em frases ditas, em testes propostos. Sempre terás mais uma chance de me...

Faça me ter certezas do que não existe no fundo de ti...
Deixe-me acreditar apenas nos seus duendes.
Faça parte dos meus sonhos de real toque.
Deixe que a noite, eu apenas registre o que foi vivido.

Não quero te contaminar com medos mundanos.
Mas não permita que olhos cinza te reclamem de mim...
Não permita ter medo de um sofrer que não existe.
Nem deixem que seus pés se afastem de mim... Permaneça.


 Faça-te tão meu quanto esse calor que não me deixa respirar.
                           ...Não me deixes dormir, pra que esse dia não acabe...
                            ...Nem pensar nas resoluções perdidas de um mundo retangular...
                           ...Não me deixes caminhar sozinho...

Tenho viajado junto à luz dos teus olhos...
Pensei ter-te ao meu lado. Minha mão sabe que esta aqui, junto a mim...
E, no entanto não sente teu toque... Teu calor já abandonou meu corpo.
E nunca esteve na minha cama... Abandonaste-me antes de me pertencer num beijo.

Lava-me o suor da tempestade que avança...
Não deixe que ela nos alcance.
Não deixe que essas lágrimas lavem como borra meu sentir
Deixe se levar pelo meu ímpio mar que avança.

E um dia... Que a milhares de anos luz esteja...
Morramos d’uma morte igual...
E cuidemos pra que a sofreguidão não nos alcance.
E nossos dias deixem esse mundo... Durante uma eternidade natural...

Que nossas lembranças sejam como pegadas a beira mar...
Desaparecendo onda sobre onda...
E tudo o que importe esteja não à frente nem atrás,
Mas onde deveria estar. Bem aqui ao meu lado imortal.


                                                   camillu borges.