quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parco fim... parco começo...





Enquanto todos dormem meus olhos continuam abertos
E um “eu” dormente a todos tenta sempre em vão ter respostas perfeitas
Meus olhos continuam sensíveis a luz
Meus pés as minhas pedras
Minhas mãos aos meus espinhos
Minha língua ao meu veneno...

E me parece que dessa vez você não estará lá para amparar meus passos
Não lembro mais da cor em seus olhos
Do som do seu riso bobo
Do gosto de seus beijos
Do seu toque no meu rosto
E apenas uma morna brisa agora me acompanha pelo caminho

Há um vazio, que surdo me segue por veredas enlameadas de você
O leão que ruge nos meus sonhos
Enlaçado por teus medos foge de mim
E mesmo que não o queira morto em mim
O caçarei sem piedade... Com todo o meu terror
                ... Com toda a minha dor...
                               ... Com tudo o que posso odiar... Mesmo sem matá-lo de mim
                                                                              Poderei matar-me em ti...

Infectei meus dias de um você que não existe mais
Sujei meus sonhos com tua voz rala
Prendi meus sonhos por baixo de teus cabelos
Acorrentei minha alma em teus lábios carnudos
E minhas pernas em tua cama
Onde meus sonhos são mais baratos e menos parcos...

E mesmo que um fim nem sempre faça parte dos planos
Este sempre sorrateiro faz do meu encalce seu lar
E por mais que eu fuja
Estará presente no fundo de cada olhar meu...
                                                                            camillu borges...