sábado, 26 de janeiro de 2013

Jejum


Algumas coisas nunca devem ser ditas...
Alguns silêncios nunca devem ser criados...

Sim. Eu já me perguntei o que aconteceu com o meu coração, mas não esperei pela resposta.
Sim. Eu crio expectativas miraculosas, mas nunca esperei materializarem-se.
Sim. Eu já tentei, mas nunca durou muito.
Sim. Eu já menti, mas doeu e logo depois me desfiz em verdades.
Sim, talvez eu tenda a ser uma má pessoa...
                                               Mas eu peço...
                Não, me prenda. Impeça-me de pensar, de respirar... Deixe-me apenas sentir...

Disseram um dia, que o amor entorpece os sentidos. Uma vez senti isso, mas com um perfume. Ele tinha um odor tão maravilhoso que eu não conseguia parar de inspira-lo, mas veio uma brisa leve, quente e incomoda com cheiro de sal e o afastou das minhas narinas. Fui acordado bruscamente do meu amor e tenho o procurado ate há algum tempo atrás. Quando resolvi parar e conhecer novos perfumes...
Embora tenha encontrado algumas fragrâncias parecidas, aquele cheiro nunca saiu de mim. Acabei notando um dia que o perfume era meu. Que o odor que me fazia perder o senso era o meu próprio. Depois disso uma dura seca devastou-me por um tempo.
Conheci a chuva. Conheci o foda-se.  Aprendi a duras penas que sexo é apenas sexo e que pessoas podem não ser confiáveis. E depois de tudo notei como as pessoas se repetem... Sempre haverá um sorriso que te faz suspirar, o amigo (a) que é fofo e apaixonado (a) por você, mas que nunca entraria na sua cadeia alimentar. Sempre haverá figurantes. Sempre haverão os descarados, os misteriosos, os feios, os lindos, os intocáveis, os lanches. Sempre a mesma linha de personagens. Primitivamente ligados a você, grosseiramente desenvolvidos e rasamente agradáveis depois que se percebe o ciclo.
O mundo pode ser um belo lugar, mas vai depender da realidade em que decidiu viver.

Não. Eu ainda me questiono...
Não. Eu ainda agradeço...
Não, talvez não sejam mais tantos eus...
Mas eu peço...
                Prenda-me. Impeça-me de pensar, de respirar... Deixe-me apenas sentir... ou quem sabe tu possas apenas calar...