terça-feira, 14 de junho de 2011

Estranho de mim.

Da janela eu reconheço as suas pegadas,
Sinto que já esteve aqui.
                Que já provei dos teus lábios...
                Que já te matei de amores...
... Embora não guarde teu sorriso.

Não te vejo mais dobrar a esquina.
Tenho esperanças de que volte pra mim.
                De que se lembre do meu cheiro...
                De que não me mate dos seus sonhos....
... Embora não te tenha mais em mim...

O sol ainda banha nossa praia.
Guardo nas pálpebras a memória de um dia feliz.
                Que nem sei se aconteceu...
                Que já não nos pertence mais...
... Embora eu deseje tanto teus braços...

Sinto as estrelas que te guiam,
E por vezes nos afastam de dias frios.
                De corpos suados...
                E gozos assassinados...
... Embora eles nunca tenham tido vida em mim...

A lua chega sonolenta,
Junto com minhas salgadas lagrimas.
                Que apagam teu rosto das minhas sinapses...
                Que te marcam diferente em mim...
... Embora não saiba de quem você é, te sinto partir em todas as manhãs...

Mesmo que não te conheças,
Sinto-te...
Quero-te...
E exijo apenas que me ame com toda a força do mar...
                Que me queiras com toda a vontade do vento...
                               E apenas que permaneça em mim, por mim,
                                               Pra que eu possa enfim dizer-te que amo...

Apenas exijo que nunca me deixes, por mais que eu te expulse...


                                                                                                       camillu borges