terça-feira, 16 de novembro de 2010

Voou sem pensar em voltar

Meus olhos voltaram a te enxergar
Meu peito voltou a arfar teu perfume
O perfume do teu corpo ainda sobre o meu
Ainda sou viciado em ti em cada olhar bobo
Dependente de cada afago que não existe mais

Sinto falta do mar de olhos
Das luas sem fim
Das noites sem céu
Dos medos de mim

Uma conversa pra reascender tudo o que fiz cochilar
A criança que ainda grita
Mas já não sabe chorar
Um fim que não houve
Um largo passo que me depôs

Vidas que correm sem se esbarrar
Entrelaçadas pelo acaso de uma sorte que nunca chega
De apertos que nunca se vão
De vontades que nunca morrem

A felicidade de deixar-te livre
Não me refaz. Acompanhou-te em meu credo
Deixou-me definhar e escorregar por entre teus sonhos
Minha vida é estranha a ti

Sou incompatível a um certo nós
E ainda hoje me custa te matar pouco a pouco de mim...
Cada pedaço que se desfaz
A cada lágrima que recai sobre meus planos parcos

Sinto a falta de um você que ainda percorre em meus sonhos
De noites mais agradáveis repletas do seu olhar
Sei que a morte minha de teu peito já te visitou
Sei que sem esforço retirou-me de ti

 Deixei-te livre, pois amei
Tento te odiar por não ter voltado
Mas foi ai que encontrei minhas falhas
Por mais que eu tente te arrancar de mim, ainda estas intacto teu lugar
Não me negue a sua luz

Mas talvez seja a hora de ir...

Espero que você nunca leia isso não estou me desfazendo em drama
Só queria voltar no tempo e te ter outra vez
E temeria não te deixar ir
E definhar te vendo ficar em abandono sóbrio

                                               camillu borges