quarta-feira, 3 de março de 2010

Ainda te odeio, mas também amo, assim só um pouquinho.

Teu gemido ainda em meus ouvidos,
Teu cheiro entranhado a mim,
Num compasso só nosso em dias quentes.

Meus olhos aos teus ante ao gozo de suas virtudes,
Meus braços em volta do teu corpo suado,
Num transe de promessas que não são vans.

Nossas vidas num jogo sem risco,
Nossos medos subjugados,
Num sentir que entorpece nossa razão.
                ... E nos faz sentir e escutar os instintos primitivos
                                                                               de um prazer quase irreal...
Caminhos tortos que nos levam para alem de nós.
Onde nada pode ser explicado.
Em tentativas frustradas de contemplar estrelas,
Perdi-me em meio aos teus fogos de artifício.
Acesos a minha chama em teus lençóis,
No incendiado ranger das pernas de tua cama.
Que mesmo incauto seja ao te abrir o peito.
E nele me instalar.
Serei como um guardinha sempre atento aos teus desatinos,
Pronto pra te guiar.
Não procuro mais explicar.
Tento apenas em todos os meus momentos te aquecer.
Fazer-te esquecer do mundo, e vir morar no meu.
Que nem todos os nossos dias sejam claros
Pra que eu te possa provar o meu sentir.
Que no absurdo deixemos gravadas nossas promessas,
E que anos depois... Ainda apaixonados as tenhamos cumprido,
E tornemos a nos reconhecer no olhar um do outro.
Que venham os ventos de nossas tempestades.
Que existam nossos furacões.
Pois “concretei” tu a minha vida.
Amarrei-te ao pé da cama e te impedi de ir embora
                -- Eu te odeio! E acho que te amo mesmo assim... 
                                                                   Mesmo que seja só um pouquinho.

                                                                                                                                           camillu borges.