Eu
aqui sentado na chuva, pensando em como eu deveria me sentir livre a ponto de
dançar e não me sentir ridículo. Pensando em você, um você que as vezes eu
desejo, por vezes repulso. Embora saiba que esse você não exista. Não há outro
de mim. Quem seria louco o suficiente? Não, nem Zeus ousaria.
O
universo que habita em mim é destrutivo demais, é sozinho demais... cruel
demais.
A
chuva... ela tem esse efeito bobo de lavar-me de mim...
Eu
como todos os mortais espero compensar minhas falhas no ser amado, nessa tola
busca de perfeição. Busca idiota na qual insisto em manter a coerência. Embora
eu sempre me pergunte que coerência tem essa merda que acontece todas as vezes
em que eu caio ou tropeço e vem uma vontade absurda de rir. Que coerência ou
elevação pode coexistir com essa vontade louca de sexo ou embriagues que tanto
me ocorre?
Que
maldição de excesso é essa que me consome?
E
porque diabos ficar bêbado e esquecer do mundo é tão denso... tão complicado?
É
as vezes eu só quero dançar.. rir um pouco... sem me preocupar se eu de fato
existo ou se faço sentido. Se alguém me perguntasse o que eu sempre quis da
vida eu responderia sem a menor sombra de duvida... QUERO SER LEMBRADO, QUERO
SER IMATERIAL... ou talvez um sorriso idiota me calasse e algum tesão por uma
bela panturrilha torneada me roubasse o pensamento.
Não
quero fazer sentido...
Eu
quero sentir... fugir de algumas culpas...
Talvez
eu nunca tenha aprendido com os meus erros, talvez eu sempre encontre maneiras
mais sofisticadas de cometê-los repetidamente com numa valsa que repete
eternamente seus 3 tempos ou vai ver sou um simples sociopata com ares de
escritor
Pausa
pra voltar pra chuva
Sofro,
me rasgo, dilacero o cerro, aguento “jorrão”, mantenho-me firme. Preso ao piso
de uma felpuda nuvem. Sei que vago alheio a reinos que tanto prezam a
fixidez... dois canais... uma alma... uma sintonia... perdido...
Eis
a palavra chave... perdido.... inseguro... cerne... eu...
Não
importa o que eu faça a simplicidade nunca me alcançará... não importa o quão
rápido eu passe a devagar andar...
pense
o que pensar eu não ligo mesmo...
eu
já pago parte das minhas contas mesmo...
o
humano não foi feito para civilizações... foi levado... forçado a isto.