domingo, 28 de abril de 2013

Chuva


Eu aqui sentado na chuva, pensando em como eu deveria me sentir livre a ponto de dançar e não me sentir ridículo. Pensando em você, um você que as vezes eu desejo, por vezes repulso. Embora saiba que esse você não exista. Não há outro de mim. Quem seria louco o suficiente? Não, nem Zeus ousaria.
O universo que habita em mim é destrutivo demais, é sozinho demais... cruel demais.

A chuva... ela tem esse efeito bobo de lavar-me de mim...

Eu como todos os mortais espero compensar minhas falhas no ser amado, nessa tola busca de perfeição. Busca idiota na qual insisto em manter a coerência. Embora eu sempre me pergunte que coerência tem essa merda que acontece todas as vezes em que eu caio ou tropeço e vem uma vontade absurda de rir. Que coerência ou elevação pode coexistir com essa vontade louca de sexo ou embriagues que tanto me ocorre?

Que maldição de excesso é essa que me consome?

E porque diabos ficar bêbado e esquecer do mundo é tão denso... tão complicado?

É as vezes eu só quero dançar.. rir um pouco... sem me preocupar se eu de fato existo ou se faço sentido. Se alguém me perguntasse o que eu sempre quis da vida eu responderia sem a menor sombra de duvida... QUERO SER LEMBRADO, QUERO SER IMATERIAL... ou talvez um sorriso idiota me calasse e algum tesão por uma bela panturrilha torneada me roubasse o pensamento.

Não quero fazer sentido...
Eu quero sentir... fugir de algumas culpas...

Talvez eu nunca tenha aprendido com os meus erros, talvez eu sempre encontre maneiras mais sofisticadas de cometê-los repetidamente com numa valsa que repete eternamente seus 3 tempos ou vai ver sou um simples sociopata com ares de escritor

Pausa pra voltar pra chuva

Sofro, me rasgo, dilacero o cerro, aguento “jorrão”, mantenho-me firme. Preso ao piso de uma felpuda nuvem. Sei que vago alheio a reinos que tanto prezam a fixidez... dois canais... uma alma... uma sintonia... perdido...

Eis a palavra chave... perdido.... inseguro... cerne... eu...
Não importa o que eu faça a simplicidade nunca me alcançará... não importa o quão rápido eu passe a devagar andar...

pense o que pensar eu não ligo mesmo...
eu já pago parte das minhas contas mesmo...

o humano não foi feito para civilizações... foi levado... forçado a isto.