Não quero
chegar a um tempo em que meus olhos enxerguem o passado e abram a porta do meu
coração para a saudosa tristeza. Que de tanto me fazer visitas tenho no colchão
do quarto de hospedes um molde perfeito de seus traços. Não quero a visita das
lagrimas quando o cheiro de dias idos me visite. Na verdade agradeço a minha
pouca memória. Que um dia vai impedir me lembrar do teu cheiro. Detesto os meus
calos, as minhas cicatrizes, pois estas eu terei sempre de explicar. Na verdade
detesto o meu peito, pois ele sempre te recriará. A cada cinco segundos sem que
estejas ao meu lado. Pregará-me peças, pois vez ou outra antes de dormir eu
escutarei os teus conselhos, o teu cuidado e até mesmo o barulho da tua
respiração. Na verdade sinto uma completa
incapacidade de viver sem ti, sem a tua lembrança... Pois estou preso por
vontade, não a mim, nem a ti, mas ao futuro de nossas lembranças.
Acredito ainda
na visita dos cabelos brancos e que até dos momentos mais idiotas é que
sentirei falta. Quem sabe a minha cara de bobo e as lagrimas que absorvem tão
facilmente ao teclado e a mim, tragam enfim esses sorrisos com fungados de
felicidade. Quem sabe o que significa revisitar o passado e não saber-se feliz
ou triste, é que realmente viveu coisas dignas de saudade.
Ah! Meu amor...
Conheço-te
de outras vidas ou já te dei os meus pulmões?
Ama a mim
realmente ou já te roubei o juízo?
Não sei
dizer se o tempo é meu amigo. Não saberia dizer se estou apenas feliz ou se tua
lembrança me invade com tanta força que me sinto longe do chão, como se de fato
estivesse com um pedaço teu dentro de mim.
Faz-me um
favor... Fica com o meu coração?